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COMO PARAR DE FALHAR AO EMPREENDER?

 

Entrevista com João David Zacarias, Director Geral da Enxúndia Eventos


COMO PARAR DE FALHAR AO EMPREENDER?
As Micros, Pequenas e Médias Empresas são parceiros de extrema relevância para um país, porque é por seu meio que se torna possível a potencialização da capacidade interna de produção de bens e serviços essenciais, a criação de postos de trabalho condignos e a consequente absorção da mão-de-obra excendentária, a redução das importações e a promoção de exportações, o aumento das receitas tributárias e a elevação do bem-estar social da população.

Contudo, para a consecução destes desideratos, torna-se imperioso que haja no seio da população, realce para a camada juvenil, pessoas criativas, inovadoras, com capacidade e coragem para implementar ideias de negócios, e que estejam acima de tudo munidas de conhecimentos robustos que lhes possibilite antever os riscos decorrentes desta actividade e ao mesmo tempo traçar estratégias capazes de mitigar os efeitos destas probabilidades que em grande medida ameaçam a continuidade de muitas iniciativas comerciais.

Nesta ordem de ideia, tenho a lamentar o facto da maior parte dos intervenientes em actividades comerciais no nosso país estarem a fazê-lo da forma menos correcta, facilitando desta feita o encerramento dos seus negócios antes de atingir os dois (2) anos de sua existência. Entre os vários factores que motivam estes tristes resultados (falência precoce), tenho a destacar o seguinte:

“Os empreendedores tendem a criar os seus produtos ou serviços longe da perspectiva e/ou das reais necessidades dos clientes”.


Para tal, o ponto de partida para a criação de qualquer negócio deve ser a prospecção do mercado, para entre muitos compreender quais são os produtos ou serviços que os moradores de um bairro, cidade, Município, Província ou País que não estão a ser oferecidos e/ou que não estão a ser fornecidos da melhor maneira possível e, se o cliente está disposto a pagar por eles um determinado valor pecuniário.

Não devemos esquecer que é o cliente quem deve dizer ao empreendedor os produtos ou serviços que necessita. Quando se procede nestes moldes, sem prejuízo da prévia análise da concorrência, barreiras de entrada, fornecedores e outras envolventes do mercado, o sucesso será absolutamente mais provável do que nunca. E, quando assim acontecer os empreendedores devem ter a plena capacidade de projectar o crescimento do seu negócio e ao mesmo tempo que devem estar habilitados para criar estratégias de adaptação permanente as constantes mudanças que ocorrem de forma célere na nossa sociedade.

Para mim, os empreendedores devem evitar acordar cedo, ir ao armazém comprar perfumes outros produtos por exemplo, para revender no bairro ou noutro ponto. Quero sublinhar aqui que não é errado ir ao armazém comprar este ou aquele produto para revendê-lo, mas o procedimento acima adotado é o que considero errado. O primeiro passo seria entrevistar os moradores e outras pessoas que frequentam o bairro ou o ponto em que se pretende revender os perfumes, para saber se têm hábito de usar perfume, com que frequência o fazem e se estão dispostas em adquirir estes produtos no ponto em que se pretende instalar. Se sim, o empreendedor deve igualmente ouvir estas pessoas para saber quais são as marcas de perfume de que gostam e se estão dispostas a pagar um determinado valor por eles. Não sendo tudo, importa avaliar a posição social e económica daqueles que se pretendem constituir como consumidores dos nossos produtos; temos ainda a obrigação de saber se alguém não oferece perfumes no mesmo ponto e por aí em diante. Em linhas gerais, tudo isso faz parte de um processo que se chama ESTUDO DE MERCADO. Este estudo é o único mecanismo que deve motivar as pessoas a abrir um determinado negócio. Como diz o professor RUI MALAQUIAS, não abram cantinas pelo simples facto de ver o seu vizinho a fazê-lo. “A abertura de um negócio ou empresa deve surgir da percepção de uma oportunidade de negócio que há no mercado e que não está a ser aproveitada”.

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